Gado de corte: conheça os principais bovinos para a Pecuária de corte no Brasil e no Mundo

Gado de corte: conheça os principais bovinos para a Pecuária de corte no Brasil e no Mundo

O Brasil tem um dos maiores rebanhos bovinos do mundo. Num contexto em que, segundo a FAO, a produção de carne bovina ultrapassa anualmente 70 milhões de toneladas, entender a fundo o gado de corte é uma obrigação.

Por isso, separamos esse post completo com tudo que você precisa saber sobre gado e pecuária de corte.

Nesse artigo vamos ver:

  • Raças de gado de corte
  • Engorda a Pasto
  • Confinamento do Gado
  • Melhoramento genético em Gado de Corte
  • Creep Feeding
  • Boi 777
  • Pesagem de Bovinos

Raças de Gado de Corte

Nelore

Como o mais querido entre os produtores de carne do Brasil, o Nelore também é o maior rebanho bovino brasileiro. Corresponde a 85% de todo o gado. A maior parte desse rebanho é criado a pasto. No entanto, para maximizar os resultados, é necessário fazer uma suplementação mineral.

De origem zebu, o Nelore se tornou tão popular pela rusticidade e bom ganho de peso. A pelagem da raça permite que o animal não sofra tanto com o calor. Dessa forma, é ideal para a pecuária extensiva, que corresponde a 90% da cultura de bovinos no Brasil.

nelore gado de corte
Fonte: https://www.embrapa.br/

Wagyu

Introduzida no Brasil há 25 anos pela empresa Yakult, a raça Wagyu é uma raça de gado japonesa que está conquistando o Brasil. Wagyu, que significa gado (gyu) do Japão (wa), é uma das carnes mais valorizadas no mercado gastronômico internacional. Com um aroma único, textura macia e suculenta, é considerada como a carne mais cara e saborosa do mundo. O seu preço pode variar de R$300,00 a R$1.450,00 o quilo.

Devido ao custo e as condições estruturais do Brasil, o manejo do Wagyu se dá de outras maneiras. Apesar de não seguir os processos do Japão, a qualidade e rigidez nos padrões de criação da raça seguem os mesmos.

Para atingir o marmoreio adequado da carne, há um cuidado mesmo antes do nascimento do bezerro. Aqui no Brasil, por exemplo, eles não recebem massagem, se alimentam de cerveja ou saquê, mas possuem uma dieta equilibrada e um tempo certo para ficar no pasto, entrar em isolamento e atingir o grau perfeito de marmoreio.

A produção de Wagyu no Brasil ainda é mínima em relação a demanda dos restaurantes por todo o país. A Yakult, por exemplo abate cerca de 50 cabeças por ano. Isso é muito pouco se comparado com outras raças.

Essa produção não é suficiente para a demanda interna. Isso obriga restaurantes e casas de carnes especializadas a investirem na importação do produto. Em geral, os cortes importados vêm da Austrália, Uruguai e até da Argentina.

Wagyu

Guzerá

Assim como o Gir, o Guzerá é uma raça Zebuína. Dessa forma, também é um gado resistente e facilmente adaptável. Como diz a própria associação, é uma raça de dupla aptidão (corte e leite). Nas últimas décadas a inserção do Guzerá na área leiteira cresceu rapidamente. Assim como o Gir, a raça foi cruzada com o holandês dando origem ao Guzolando. Hoje a raça já conta com matrizes produzindo mais de 6000 kg por lactação, marca expressiva para uma raça zebu.

raças de gado de corte
Humaitá, um dos principais touros da raça | Fonte: https://www2.crvlagoa.com.br/

Senepol

De origem africana e grande rebanho nos Estados Unidos, o gado Senepol tem uma história recente no Brasil. Os primeiros animais chegaram aqui nos anos 2000. No entanto, foram importados líderes genéticos da marca e as melhores fêmeas da raça. Como era de se esperar, hoje o Brasil já é referência quando o assunto é genética do gado Senepol.

De aptidão única, o Senepol tem aparecido frequentemente nos frigoríficos. Segundo a própria associação, o gado tem acabamento de carcaça elevado e abate precoce, mesmo a pasto. Por se tratar de uma raça recém-chegada, ainda é pouco difundida, mas promete incomodar as raças zebus nos próximos anos.

raças de gado de corte Senepol
Fonte: https://senepolcmi.com.br

Engorda a Pasto

A engorda de bovinos a pasto é o método de criação de bovinos mais utilizado no Brasil. A pecuária extensiva tem mostrado boa rentabilidade para a maior parte dos produtores brasileiros. No período anterior ao abate a engorda é chamada de terminação a pasto. Nela, o gado atinge seu peso final para adequar-se à comercialização ao frigorífico.

Bovinos criados a pasto viabilizam a competitividade brasileira, pois o custo de produção é mais barato quando comparado ao confinamento.

Quer saber mais sobre esse método? Leia esse conteúdo!

Confinamento de gado na pecuária de corte

O confinamento de gado vem sendo utilizado cada vez mais no Brasil. Hoje, representa uma alternativa viável para muitos pecuaristas. Animais com alto potencial genético estimulam os interessados neste sistema de produção.

O sucesso da atividade depende não só do investimento financeiro, mas também de cuidados com infraestrutura e manejo dos animais.

Confinamento é um tipo de sistema de criação de gado. Nele, o gado é separado em lotes e criados em área restrita (piquete, curral, baia). Os animais são alimentados por meio de cochos, com dieta balanceada, buscando-se melhores resultados produtivos.

Uma das vantagens em se investir em confinamento é aumento da eficiência produtiva. Quando criados confinados, tanto gado de leite como o de corte tem uma capacidade de produção maior quando comparado ao sistema de criação a pasto.

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Melhoramento Genético em Gado de Corte

melhoramento genético consiste em aplicar princípios biológicoseconômicos e matemáticos, a fim de encontrar estratégias ótimas para aproveitar a variação genética existente em uma determinada espécie animal, para maximizar seu mérito. Isso envolve tanto a variação genética entre os indivíduos de uma raça quanto a variação entre raças e cruzamentos.

O criador possui dois procedimentos para melhoramento genético, o primeiro é a escolha dos indivíduos que serão os pais (seleção), e o segundo é o controle dos acasalamentos que cobrem os processos de consanguinidade e cruzamento. A escolha de qualquer uma das alternativas de melhoria não implica não utilizar a outra, pelo contrário, deve ser “Complementar“.

Geralmente melhoramento genético é confundido com o cruzamento entre raças. Supõe-se que a raça predefinida afetará a precocidade do crescimento, tamanho ou melhora reprodutiva. É possível que assim seja, como certas características da raça podem ser herdadas.

Quer saber mais sobre melhoramento genético? Não perca esse artigo!

Creep Feeding, técnicas para o gado de corte

A exigência nutricional do bezerro passa não ser atendida em sua totalidade pelo leite materno a partir do segundo mês de vida (Tabela 1), demonstrando desta forma a importância da ingestão de outras fontes de energia.

Idade(Meses) Necessidade Total(Mcal ED/dia) Supridapelo leite (%) Déficit(Mcal ED/dia)
1 3,28 100% 0,00
2 5,12 70% 1,54
3 6,93 63% 2,56
4 8,08 44% 4,52
5 8,98 36% 5,75
6 11,86 27% 8,66
 Tabela 1 – Necessidade nutricional do bezerro, em Mcal de Energia Digestível/dia.
Fonte: Silva, 2000.

Com a necessidade de se produzir novilhos precoces e/ou superprecoces, como no sistema Boi 777, em que se visa aumentar a taxa de desfrute do rebanho, tem-se a importância da produção de animais com elevado peso à desmama.

O creep-feeding é uma técnica que viabiliza a suplementação dos bezerros sem apartá-los das mães. É utilizado um cocho privativo dentro de um cercado ao qual somente o bezerro, ainda em fase de aleitamento, tem acesso à suplementação balanceada.

Este manejo propicia bezerros desmamados mais bem preparados para a recria.

Mais sobre creep feeding aqui.

Gado de corte
Fonte: aces.edu

Boi 777, técnicas para o gado de corte

Assim como a agricultura, a pecuária está se modernizando. O desafio mundial de produção de alimentos, exige que se produza cada vez mais sem aumentar a área para tal fim. O Boi 777 pode ser considerado parte da pecuária de precisão.

O Boi 777 foi desenvolvido por pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Pólo Regional da Alta Mogiana, e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) de São Paulo.

O sistema de produção tradicional brasileiro apresenta média de idade ao abate de 3 anos, ou seja, 36 meses para produzir um boi com 18 arrobas. Com o Boi 777, a idade ao abate é, em média 24 meses, pois busca-se:

  1. Bezerro desmamado com 7 arrobas
  2. Acréscimo de 7 arrobas na recria
  3. Acréscimo de 7 arrobas na terminação.

O Boi 777 é um sistema que possibilita o aumento da produtividade, ou seja, produzir mais e melhor em menor tempo. Quando compara-se o tempo gasto tradicionalmente e o do Boi 777, acelera-se o processo, permitindo um giro e meio no período (36/24 = 1,5), ou seja, a cada dois ciclos do sistema tradicional, pode ocorrer três ciclos do Boi 777.

Mais sobre Boi 777 aqui.

Pesagem na Pecuária de Corte

Nas atividades pecuárias os produtores rurais ainda utilizam a visão treinada para realizar a pesagem dos animais, hesitando em realizar a pesagem do rebanho com métodos de precisão. Alguns simplesmente acreditam que não existem vantagens em levar os animais para o curral somente para pesá-los.

Além de ser uma importante ferramenta de controle, a pesagem é um dado primordial e necessário em todas as fases da criação.

Na realização da pesagem do animal, além de avaliar o ganho de peso, é possível ao produtor, dentre outros:

  • mensurar o potencial de produção da pastagem,
  • mensurar o índice de desenvolvimento do animal
  • levantar os indicadores econômicos do rebanho
  • realizar a seleção para melhoramento genético.

Quer saber mais sobre os seguintes assuntos?

  • Vantagens da pesagem de bovinos
  • Aplicativo para pesagem de bovinos
  • Balança de bovinos
  • Fitas de pesagem de bovinos

Acesso nosso conteúdo completo sobre pesagem de bovinos.

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