Tales Bernardes / Tecnologia no Campo
Quando se fala em alta produtividade leiteira e fácil manejo, certamente a primeira que nos vem em mente é a raça holandesa, raça essa que mais impactou na produção de leite ao longo da nossa história.
O gado Holandês é sinônimo de lucratividade e eficiência produtiva, nesses tempos de margem de lucro apertadas e alta competitividade no mercado, os sistemas intensivos de produção estão cada vez mais predominantes na realidade brasileira, e com essa nova demanda, mais que nunca é importante entender e adaptar as nossas fazendas para animais com genética de ponta e produção sustentável, e quando levamos em conta esses fatores, o holandês ainda é a raça de escolha para a bovinocultura leiteira.
Você vai ver nesse post:
- História da Raça Holandesa pelo Mundo.
- História da Raça Holandesa no Brasil.
- Pontos Forte e Fracos de Produção e Manejo do Gado Holandês.
- Características Morfológicas.
- Cruzamentos.
História da Raça Holandesa pelo Mundo
O gado Holandês, conhecido como Holstein-Friesians em outros países (freqüentemente abreviado para Holsteins na América do Norte, enquanto o termo Friesians é freqüentemente usado no Reino Unido), é uma raça de gado leiteiro originário das províncias holandesas do Norte e Friesland, e Schleswig-Holstein no norte da Alemanha e Jutland.
Os criadores holandeses e alemães criaram e supervisionaram o desenvolvimento da raça com o objetivo de obter animais que possuíam uma melhor conversão alimentar em pastejo, sendo esse o recurso mais abundante da região. Ao longo dos séculos, o resultado foi uma vaca leiteira de alta produção, com a sua característica pelagem em preto e branco.
Nos Estados Unidos, o estado de Massachusetts, importou muito gado frísio proveniente da Holanda (Dutch Friesian) durante vários anos. Em 1872 foi publicado o primeiro Herd-Book, com animais de 12 Estados. Surgiu o nome “Hoistein” lembrando “Holland” quando um artigo publicado na época trazia, no título, a palavra “Hoistein cartie”, por engano, ao invés de “Holiand catíle”.
História da Raça Holandesa no Brasil
No Brasil, não se conhece a data exata de quando a raça foi introduzida, porém, segundo dados históricos referentes à nossa colonização, presume-se que o gado holandês foi trazido pelos portugueses nos anos de 1530 a 1535, período no qual o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias.
O Herd-Book começou a funcionar em 1935, com o macho “Colombo St. Maria” de Francisco Lampréia, RJ. e “Campineira”, de Vicente Giaccaglini, SP.
Pontos Fortes e Fracos de Produção e Manejo do Gado Holandês.
Dada as dificuldades enfrentadas no Brasil com as altas temperaturas e a sazonalidade na produção de forragens, inerentes aos nossos sistemas extensivos de produção, o gado holandês está presente principalmente nos sistemas intensivo, estabuladas.
Se quiser saber mais sobre alguns sistemas de criação intensiva de gado leiteiro, acesse: Vantagens do Compost Barns
Para contornar as citadas dificuldades, o cruzamento com raças rústicas e adaptadas ao nosso clima é a principal estratégia para a disseminação de algumas características genética da raça Holandesa no rebanho nacional.
A alta produtividade de leite, com boa concentração de sólidos, é com certeza a principal característica da raça, sendo por isso conhecida como muito rentável quando avaliada pela qualidade do leite em relação a quantidade de alimento ingerido pelo animal. Mas para isso deve-se atentar para boas práticas de manejo e produção, por se tratar de um animal sensível à ambientes extremos.
Para alcançar alta produtividade, fatores como genética e ambiência devem ser levados a sério, por entrar nos mais diversos programas de melhoramentos genético presentes no Brasil, principalmente em cruzamento com raças zebuínos, devem ser selecionados animais testados e comprovados, levando-se em conta os objetivos da propriedade e os principais problemas enfrentados no presente.
Quer saber mais como alavancar o índice da sua propriedade, o primeiro passo é uma correta escrituração zootécnica e identificação dos animais.
É uma raça muito suscetível a doenças e exigente quanto a qualidade e quantidade de alimentos, alguns fatores importantes da raça devem ser levadas em conta quando se avalia a adaptabilidade a cada sistema de produção, como o tamanho do animal, que não deve ser excessivo a ponto que prejudique a conversão alimentar e a sua adaptação às instalações.
Também deve-se atentar para os problemas de casco, principalmente quando há excesso de umidade no ambiente, ou dificuldade de manejo quanto a toalete dos cascos.
Características Morfológicas da Raça Holandesa.
Esta raça apresenta três variedades: Frisia, Grominga e a variedade Mosa, Reno, sendo a última a variedade Yessel. São criadas no Brasil a variedade Frísia (preto e branco) e a Mosa, Reno e Yessel (vermelho e branco).
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- Pelagem da variedade Frísia é malhadas de preto-branco, com delimitação visível entre as cores, podendo predominar o preto ou o branco. As cores vermelho-branca são mais raras e são características dos animais das variedades Mosa, Reno e Yessel, com predominância da cor vermelha no pescoço e cauda, e da cor branca no ventre, úbere e vassoura da cauda.
- Cabeça bem moldada, com tamanho mediano, fronte ampla e perfil sub-côncavo, chanfro reto, focinho amplo com narinas bem abertas, orelhas médias e finas, mandíbulas fortes que exprimem o estilo imponente e vivacidade própria da Raça.
- Pescoço longo e delgado, bem implantado e articulado na palheta, que se une suavemente na linha superior ao ombro refinado, com cruz angulosa e as vértebras dorsais que se sobressaem, sendo comprido e delicado nas fêmeas e musculoso e vigoroso nos machos.
- Dorso reto, forte e linha lombo-dorsal levemente ascendente no sentido da cabeça.
- Garupa comprida, larga e ligeiramente desnivelada no sentido quadril a ponta da nádega, com a inserção da cauda ao nível da garupa, sendo volumosa, comprida e vassoura cheia de coloração branca.
- Pernas com ossatura limpa, que terminam em patas de quartelas fortes e cascos bem torneados, com coxas retas, delgadas e ligeiramente côncavas, bem separadas entre si.
- Ventre volumoso e pouco descido, com coloração branca.
- Úbere simétrico, bem conformado, e fortemente inserido ao abdômen e na base do osso da bacia, e deve apresentar ainda, uma boa rede de irrigação sanguínea, tetas simétricas e macias com largura e profundidade moderado.
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Principais Cruzamentos Envolvendo a Raça Holandesa.
Girolando
Esta raça pode ser caracterizada como produtora de leite pela funcionalidade e produtor de carne pela adaptabilidade. As vacas desta raça são excelentes produtoras de leite, sendo que possuem características fisiológicas e morfológicas que se adequam à produção nos trópicos
É uma sintética e resultado do cruzamento dos gados Holandês e Gir, sendo que seu grau sanguíneo é 5/8 e 3/8, respectivamente.
Se quiser saber mais sobre a raça Girolando, acesse: Girolando: tudo sobre uma das raças leiteiras mais importantes do Brasil
Guzolando
A raça Guzolando é representada por bimestiços oriundo dos cruzamentos entre as raças Holandesa e Guzerá. Os animais combinam vantagens das duas raças. As composições de sangue dão destaque à aptidão leiteira do gado Holandês, sem perda da capacidade de produção de carne e leite, rusticidade e adaptabilidade aos trópicos, características pronunciadas no Guzerá.
O objetivo do cruzamento é fazer com que a raça Holandesa, mundialmente a maior produtora de leite, embora muito exigente quanto ao clima e à alimentação, ceda para a raça Guzolando as suas características produtivas no que se refere à quantidade de leite.
Se quiser saber mais sobre a raça Guzolando, acesse: Guzolando: tudo sobre o cruzamento entre o guzerá e o holandês