

“Defensivos agrícolas são produtos de processos físicos, químicos ou biológicos utilizados na produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagem e proteção de florestas visando alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos.”
Desde a década de 1970, quando se iniciou a Revolução Verde, a agricultura passou por uma série de mudanças, com adoção de novas tecnologias.
Estando presentes em maquinários e na introdução de transgênicos, fertilizantes e técnicas de cultivo, essas tecnologias no campo que incrementaram a produtividade até em regiões nas quais se considerava inviável a prática agrícola.
Mas, em um país onde a demanda alimentar é imensa e a preocupação com a preservação do meio ambiente é cada vez mais discutida, a evolução dos agroquímicos (ou defensivos agrícolas) foi crucial para que o Brasil se mantivesse em alta no ramo agropecuário.
Neste artigo você lerá sobre
Defensivos agrícolas, de acordo com a definição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, são:
“produtos ou agentes de processos físicos, químicos ou biológicos utilizados na produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagem e proteção de florestas (…) visando alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos.”
Portanto, são considerados agrotóxicos, os fungicidas, inseticidas, herbicidas, reguladores de crescimento e os produtos responsáveis por melhorar a calda (óleos, espalhantes, etc).
Embora haja uma crescente das vertentes de produção orgânica e uma preocupação cada vez maior com os impactos dos defensivos ao meio ambiente, a agricultura moderna, em larga escala, ainda exige o uso de todas as ferramentas que possibilitem a produção de alimentos.
De acordo com dados de 2015, no Brasil, perdas por doenças e pragas podem ser de até R$ 55 bilhões. Já em relação às perdas por matocompetição (interferência de plantas daninhas no desenvolvimento das culturas principais) houve prejuízos de R$ 9 bilhões, de acordo com dados de 2018.
Sabendo da importância do uso dos defensivos e, também, da preservação do meio ambiente, cabe ao produtor adotar algumas medidas, como:
Na agricultura moderna, de larga escala, são de fundamental importância a aplicação dos seguintes tipos de defensivos:
Atuam na prevenção, controle e cura da ação de fungos. Sua demanda é muito alta em virtude das diferentes culturas plantadas no território nacional e as diferentes condições climáticas que favorecem o aparecimento destes microorganismos.
As moléculas dos principais produtos disponíveis no mercado são pertencentes ao grupo das carboxamidas, estrobilurinas e triazóis.
Enquanto as carboxamidas e as estrubilurinas atuam no processo de respiração celular do fungo (complexo II e III da cadeia respiratória, respectivamente), os triazóis atuam na inibição da síntese do ergosterol, componente da membrana celular dos fungos.
Para evitar a criação de organismos resistentes, a maioria dos produtos apresenta uma mistura de um ou mais tipos de moléculas.
Além disso, não se recomenda a aplicação de produtos contendo carboxamidas em mais de duas vezes na mesma safra para tentar preservar a eficiência da molécula, que é uma das mais eficientes no combate à Ferrugem Asiática da Soja (Phakopsora pachyrhizi).
Os principais produtos no mercado são: Ativum®, Spot® e Orkestra® da Basf, Elatus® (Syngenta), Fox® (Bayer), Aproach Prima® e Vessarya® (Du Pont).
Atuam na prevenção e controle de insetos pragas. São muito importantes pois os danos causados são muito intensos, destruindo tecido vegetal em alta velocidade e em todas as fases de desenvolvimento das culturas, com queda vertiginosa da produção em condições de controle ineficiente.
Os principais modos de ação dos inseticidas são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo. Além disso, os produtos podem ser considerados fisiológicos ou de choque.
Não apresentam tanta toxicidade a mamíferos e ao meio ambiente, são eficientes em insetos novos e possuem um tempo de ação prolongada. Atuam no processo de ecdise do inseto, podendo acelerar ou retardar o processo de muda.
São utilizados em casos emergenciais, onde há uma infestação grande de insetos, em instar avançados nos quais os inseticidas fisiológicos não sejam tão eficientes.
Atualmente há uma gama de moléculas disponíveis no mercado, mas podemos destacar as diamidas, os neonicotinóides, organofosforados e piretróides.
O mecanismo de ação varia muito, podendo estar relacionados à abertura de canais de cálcio levando a paralisia muscular; agonismo ou antagonismo de hormônio juvenil relacionada à ação sobre a ecdise; ação no sistema nervoso.
Principais produtos no mercado: Belt®, Premio®, Connect®, Orthene®, Nomolt®, Engeo Pleno®, Dimilin®, Ampligo®, Lannate®, Certero®
Os herbicidas são componentes importantíssimos no manejo. Eles atuam na dessecação de culturas para colheita ou formação de palhada e no controle de plantas daninhas.
Esses produtos possuem seletividade, ou seja, têm atuação em plantas dicotiledôneas (popularmente chamadas de folhas largas) ou monocotiledôneas (folhas estreitas) e há diversos mecanismos de ação:
Alguns produtos também são adicionados à calda para melhorar a eficiência da aplicação. São os óleos, espalhantes, anti-espumantes, sequestrantes e reguladores de pH.
Esses produtos permitem:
Tão importante quanto a escolha dos produtos e a concentração é a adição deles na ordem correta.
Visando a correta dissolução e preservação dos ingredientes ativos, deve-se respeitar a portaria 148 do MAPA
Em regra, segue-se a seguinte ordem, evitando adicionar produtos de ação antagônica (ex.: herbicida inibidor de ALS e um inibidor de ACCase) e colocando sempre do maior para o menor volume dentro do mesmo tipo de formulação:
É importante ressaltar também que só um Engenheiro Agrônomo registrado no CREA pode emitir um receituário contendo os produtos e suas concentrações e o aplicador sempre utilizar EPI completo no manuseio e pulverização.
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