Fertirrigação: Sabemos que é muito interessante ter um processo de plantio cada vez mais eficiente, certo? Portanto, que tal experimentar não ter que utilizar mão de obra e maquinário para a adubação da sua lavoura?
Neste artigo, vamos te apresentar um método prático que une a irrigação ao processo de fertilização. Nele, é possível utilizar adubos minerais ou orgânicos, trazendo eficiência e inovação para o seu plantio.
A essa técnica, se dá o nome de fertirrigação. Aqui, iremos explicar do que se trata, na prática, a fertirrigação. Continue a leitura para entender melhor como ela funciona, formas de utilização, quais são seus benefícios e como aplicá-la de forma geral!
O que é Fertirrigação?
A fertirrigação é um sistema que alia o uso de fertilizantes à estrutura da agricultura irrigada. É um processo que acelera a chegada do fertilizante até as raízes das plantas.
Enquanto isso, na aplicação tradicional, o composto é depositado diretamente no solo. Assim, necessita de irrigação ou da ação da chuva para que se misture ao solo, tornando-a menos vantajosa.
Formas de utilização
A fertirrigação pode ser feita através dos seguintes processos: gotejamento (irrigação localizada) e microaspersão.
O sistema mais recomendado é o de gotejamento pois apresenta, na área molhada, um nível maior de profundidade e umidade do solo.
Em contrapartida, temos a microaspersão, recomendada para realizar o uso de defensivos e para o plantio de árvores frutíferas (bananeira, mamoeiro, etc). Nesse caso, o processo é indicado pois a umidificação do solo ocorre de forma superficial na área atingida pela água, abrangendo um perímetro maior de utilização.
8 benefícios de utilizar um sistema de fertirrigação
Há diversos pontos positivos na implementação de um sistema de fertirrigação. Reunimos os principais 8 benefícios da aplicação da metodologia, confira abaixo:
- O sistema de fertirrigação permite a distribuição mais homogênea de nutrientes na plantação;
- Redução de custos: não é necessário a utilização de mão de obra com o maquinário, o que resulta em menores custos — caso já exista um sistema de irrigação previamente instalado, o investimento será menor ainda;
- Sustentabilidade: por não ser necessária a utilização de máquinas pesadas, também são reduzidos os danos ao solo e à plantação;
- Facilidade na aplicação do fertilizante em qualquer ciclo da lavoura e independente do clima;
- Maior equilíbrio de nutrientes no solo. Isso se deve ao parcelamento mais efetivo da fertilização;
- Redução das perdas de nitrogênio (atuante direta da fotossíntese);
- Duas soluções em uma: é possível fazer a aplicação de defensivos (caso sejam compatíveis com os fertilizantes) integrados à fertirrigação;
- Economia de até 30% do consumo de água: a lavoura passa a ser regada de forma localizada, evitando desperdício.
Como aplicar o sistema na minha produção?
Se você deseja começar a utilizar a fertirrigação, deve tomar certas precauções na aplicação da metodologia. Alguns deles são o tipo e qualidade dos fertilizantes, nutrientes utilizados e a compatibilidade entre eles.
Primeiro, devemos nos atentar à pureza dos fertilizantes, que eles possuam alta solubilidade (facilidade de se misturar na água), não tornem o solo ácido — um caso a se atentar é dos solos já naturalmente ácidos do cerrado —, que não salinize o solo e que possua compatibilidade entre todos os fertilizantes utilizados.
Nutrientes
Os nutrientes mais utilizados são: o potássio, o nitrogênio e o fósforo.
No que se refere à solubilidade, nem o nitrogênio (uréia, nitrato ou sulfato de amônio) nem o potássio (cloreto de potássio branco) possuem problemas em sua aplicação na água de irrigação.
Caso não haja compatibilidade entre nutrientes, ou caso mais de uma fórmula contenha sal, a mistura poderá resultar em entupimentos no decorrer da fertirrigação.
Confira a imagem a seguir sobre a compatibilidade nutrientes x nutrientes:
No que se refere a nutrientes/pH x solo/planta:
Como a imagem ilustra, o pH ideal para o solo é aquele que esteja entre 6.0 a 7.0. Isto, por sua vez, pode ser medido com o auxílio de um pHmetro, com as devidas orientações de um engenheiro agrônomo.
Componentes estruturais
Agora, vamos falar da estrutura do sistema de fertirrigação. Ele deve ser composto por:
Reservatório, ou tanque de solução: tanque resistente corrosão para que seja possível colocar os produtos químicos, aliado a um sistema integrado de agitação.
Bomba injetora, para a injeção de fertilizantes;
Injetor Venturi (por pressão), para aumento da velocidade do processo;
Válvula de retenção, para evitar o fluxo invertido de água;
Válvula de alívio, para prevenir a deformação da tubulação por conta do vácuo após a interrupção do fluxo da irrigação;
Filtro de linha: previne a obstrução por materiais estranhos no sistema injetor;
Registro, para drenagem da solução na tubulação do sistema.
Observação: o volume do reservatório deve ser o suficiente para que, durante o processo, não seja necessário reabastecer.
Através dessas orientações para utilização da fertirrigação, com sua dedicação e esforço, será possível alcançar o almejado crescimento e desenvolvimento rentável da sua lavoura. Sucesso na produção!