João Fowler | Tecnologia no Campo

O conceito de manejo integrado de pragas (MIP) resume-se ao constante monitoramento da lavoura, buscando manter a presença de pragas sempre abaixo do nível de dano à cultura.

Além do uso de agroquímicos, o uso de técnicas de poda e raleio de tecidos vegetais atacados, uso de pano, iscas com feromônios, uso de inimigos naturais são métodos alternativos que contribuem para a preservação ambiental e a manutenção da eficiência das cultivares transgênicas e moléculas de inseticidas.

Manejo integrado de pragas: O primeiro passo para o sucesso da lavoura é a escolha das cultivares e o plantio adequado, realizado sob solo fértil e dentro do zoneamento agroclimático.

A partir desse momento, todos os esforços do produtor estarão concentrados na manutenção do máximo potencial genético da semente, evitando perdas por doenças e pragas. Ou seja, o manejo preciso desses fatores é diretamente proporcional à quantidade colhida no final da safra.

Mas, além da questão “produtividade”, é de fundamental importância a realização de práticas que preservem o meio ambiente e as tecnologias existentes, e isso só é possível através do uso adequado e equilibrado de agroquímicos.

Isto é, de forma sensata, respeitando o alvo e as concentrações dos produtos e, também, buscar formas de controle alternativas.

E é neste pretexto que se encaixa o manejo integrado de pragas.

Neste texto, você vai saber tudo sobre

  • O que é o Manejo Integrado de Pragas (MIP)
  • MIP na prática
  • Outras técnicas
  • Vantagens do manejo integrado

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O que é Manejo Integrado de Pragas?

O conceito de manejo integrado de pragas (MIP) resume-se ao constante monitoramento da lavoura, buscando manter a presença de pragas sempre abaixo do nível de dano à cultura.

Além do uso de agroquímicos, o uso de técnicas de poda e raleio de tecidos vegetais atacados, uso de pano, iscas com feromônios, uso de inimigos naturais são métodos alternativos que contribuem para a preservação ambiental e a manutenção da eficiência das cultivares transgênicas e moléculas de inseticidas.

Manejo Integrado de Pragas na prática

O manejo integrado de pragas não consiste na eliminação de pragas da lavoura, mas, sim, na manutenção em níveis abaixo daqueles que causam danos econômicos.

Mas como isso é feito?

Avaliação prévia

Primeiramente, é importante conhecer o histórico da área e os locais de maior incidência de ataque de pragas e sua relação com a cultura plantada, as rotações de culturas utilizadas anteriormente e as cultivares escolhidas.

Assim, pode-se identificar as pragas-chave, ou seja, aquelas que estão presentes em maior quantidade durante o ciclo e causam injúrias que comprometem a produtividade e as pragas secundárias, que, em condições normais, não ocasionam danos preocupantes.

Monitoramento

Durante o ciclo, o acompanhamento da lavoura deve ser semanal para identificação das pragas existentes e/ou sinais de ataque.

O principal assessório para o monitoramento das pragas é a utilização de um pano de batida que é colocado na entrelinha da cultura, quando então, são realizadas uma série de batidas para extração dos insetos que estão presentes na planta.

Dessa forma, torna-se imprescindível a realização de diversas amostragens para extração confiável e que caracteriza bem a população de insetos.

A utilização de drones também podem ajudar no monitoramento, especialmente aqueles equipados com a tecnologia NDVI, que ajuda a identificar áreas com diferenças de sanidade e que podem indicar um possível ataque de pragas.

Estudos entomológicos geraram diversas escalas de danos que estabelecem os limites para a intervenção com agroquímicos em virtude da população de insetos ou nível de dano presente.

No Brasil, com a predominância dos grãos, a Embrapa Soja fornece fichas para o manejo integrado de pragas e os inimigos naturais que podem ser encontrados no ecossistema.

Em relação ao milho, considera-se a Escala Davis para realização de controle para a lagarta do cartucho, por exemplo.

Horário e local da amostragem, fenologia da cultura e presença da praga

O produtor e o Engenheiro Agrônomo devem ter um bom conhecimento das fases fenológicas da cultura e de identificação das pragas presentes para estabelecer os riscos econômicos que os insetos podem proporcionar ou não.

Em termos práticos, por exemplo, na cultura da soja, é em relação à presença de percevejos em fases anteriores à formação dos grãos (fases R3 e R4).

Nestes estádios fenológicos, o nível de prejuízo que estes insetos podem causar é mínimo, já que são possuem aparelho bucal sugador e, se não há grãos em formação, não há necessidade de controle químico, ou seja, a presença do inseto na lavoura não caracteriza riscos de danos econômicos.

Também cabe atentar-se ao horário da amostragem, já que o hábito das pragas varia conforme o horário, podendo localizarem-se no solo em horários mais quentes do dia.

Em relação ao local, para uma amostragem confiável, deve ser realizada evitando as regiões periféricas e próximas à matas e estabelecer um caminhamento aleatório.

Ação efetiva

Após o monitoramento e realização das amostragens, deve ser tomada a decisão de qual agroquímico deve ser utilizado, dependendo dos níveis de danos e da pressão da praga na lavo ura.

No blog, já escrevemos sobre os principais produtos do mercado e suas ações sobre as pragas, respeitando a concentração e a correta preparação da calda para atingir o alvo com eficiência.

Outras Técnicas de MIP

As técnicas de MIP não se restringem ao monitoramento e aplicação de defensivos quando o nível de dano atinge patamares prejudiciais economicamente.

Há outras maneiras de manejar as pragas, tais como:

Controle Cultural

O Controle Cultural é o controle baseado na adoção de boas práticas agrícolas, realizando o plantio na época adequada, manter bons níveis de fertilidade do solo (para que as plantas tenham um bom desenvolvimento e, naturalmente, estejam mais resistentes ao ataque de pragas e doenças), a rotação de culturas, destruição de restos culturais, etc.

Controle Biológico

O Controle Biológico é a utilização de inimigos naturais das pragas. Os insetos considerados inimigos naturais se alimentam das pragas, mantendo-as em um nível adequado.

Controle Físico

O controle físico é um método mais comum em fruticultura, com a adoção de barreiras físicas que impeçam a ação das pragas. Um exemplo é o ensacamento de cachos de uva no fim do ciclo para evitar o ataque de abelhas e coleópteros.

Controle com iscas

Esse Controle com iscas é utilizado para fazer o monitoramento ou até mesmo alterar o comportamento das pragas. São usadas substâncias hormonais e feromônios que podem atrair ou repelir os insetos da lavoura.

Outras Técnicas de MIP (manejo integrado de pragas)

As técnicas de MIP não se restringem ao monitoramento e aplicação de defensivos quando o nível de dano atinge patamares prejudiciais economicamente.

Há outras maneiras de manejar as pragas, tais como:

Controle Cultural

O Controle Cultural é o controle baseado na adoção de boas práticas agrícolas, realizando o plantio na época adequada, manter bons níveis de fertilidade do solo (para que as plantas tenham um bom desenvolvimento e, naturalmente, estejam mais resistentes ao ataque de pragas e doenças), a rotação de culturas, destruição de restos culturais, etc.

Controle Biológico

O Controle Biológico é a utilização de inimigos naturais das pragas. Os insetos considerados inimigos naturais se alimentam das pragas, mantendo-as em um nível adequado.

Controle Físico

O controle físico é um método mais comum em fruticultura, com a adoção de barreiras físicas que impeçam a ação das pragas. Um exemplo é o ensacamento de cachos de uva no fim do ciclo para evitar o ataque de abelhas e coleópteros.

Controle com iscas

Esse Controle com iscas é utilizado para fazer o monitoramento ou até mesmo alterar o comportamento das pragas. São usadas substâncias hormonais e feromônios que podem atrair ou repelir os insetos da lavoura.

Vantagens do Manejo Integrado de Pragas

O Manejo Integrado de Pragas possui uma série de vantagens econômicas e ambientais que permitem um sistema de cultivo com alta produção e cuidado com o meio ambiente.

1. Economia de defensivos

A manutenção da população de insetos em níveis controlados permite a economia de defensivos agrícolas e restringe suas aplicações somente em casos de real necessidade.

  1. Proteção de moléculas

A criação de novos produtos e descobrimento de novas moléculas é um dos maiores desafios da agricultura moderna. O uso indiscriminado de fungicidas, herbicidas e inseticidas tem gerado doenças, plantas daninhas e insetos cada vez mais resistentes e de difícil controle.

Dessa forma, realizar o MIP é uma das maneiras de preservar os produtos já existentes ao realizar as aplicações com parcimônia e dentro dos parâmetros que este manejo propõe.

  1. Proteção de cultivares

Seguindo a mesma linha das moléculas de defensivos, as cultivares transgênicas também se beneficiam da adoção de práticas de manejo integrado e da adoção de outro fator importante, que são as áreas de refúgio.

Estas práticas permitem que a tecnologia transgênica permaneça com alta eficiência por mais tempo, evitando a seleção de insetos resistentes.

  1. Segurança alimentar

A redução do uso de defensivos é um dos pilares do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. A adoção de estratégicas como o MIP são extremamente importantes para a produção de alimentos com alto índice de segurança tanto para o trabalhador quanto ao consumidor.