Tecnologia no Campo

Ervas daninhas são plantas indesejadas que atrapalham o crescimento das plantas já cultivadas. São, geralmente, ervas resistentes à pragas e doenças que podem diminuir a produção da lavoura em proporções consideráveis.

Antes de falar das ervas daninhas, vamos pensar em produtividade. Produtividade é uma das palavras mais importantes para o produtor rural. Pensando em aumentá-la, existem três pilares que podemos atacar:

  1. Aumentar a produção
  2. Diminuir o custo/desperdício
  3. Diminuir os riscos

As ervas daninhas, porém, levam o produtor ao caminho contrário da tão desejada produtividade. Além de diminuir a produção por hectare por onde ela está, as ervas daninhas podem fazer com que o produtor pague caro para tratá-la no futuro.

Pensando nisso, separamos esse post especial para explicar melhor sobre as ervas daninhas e deixar evidente quais são as principais aqui no Brasil. Além disso, você também poderá entender melhor como funciona o controle dessas plantas por aqui.

Você vai ver:

O que são as Ervas Daninhas

Ervas daninhas são plantas indesejadas que atrapalham o crescimento das plantas já cultivadas. São, geralmente, ervas resistentes à pragas e doenças que podem diminuir a produção da lavoura em proporções consideráveis.

Assim como as plantas tigueras, as ervas daninhas conseguem crescer e se manter em condições adversas. Podem se adaptar em vários lugares diferentes, e, por causa da sua resistência, acabam se sobressaindo em comparação com a planta desejada.

A resistência das ervas daninhas também dificulta sua extinção com o uso de defensivos agrícolas, sendo sempre necessário o uso de diferentes táticas de manejo.

Ter ervas daninhas em um solo pode dificultar a exploração do mesmo e atrapalhar a exploração agrícola. Outro fator importante é a competição dessas plantas pelos nutrientes do solo, podendo reduzir drasticamente a produção por hectare.

ervas daninhas

Ervas Daninhas mais comuns no Brasil

Como já sabemos, a produção agrícola no Brasil tem proporções mundiais e está entre as principais agriculturas no mundo.

Essa importância global leva, não só ao pioneirismo com relação às tecnologias no campo, como o uso de drones na agricultura e dos softwares agrícolas, mas também leva ao descobrimento de diversos empecilhos para a produção, como as ervas daninhas.

Tendo em vista a importância do controle das ervas daninhas para o produtor que se preze, separamos as principais espécies encontradas no Brasil:

Buva

A Buva é uma planta invasora encontrada com muita frequência nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

É uma planta daninha bem comum nas lavouras de trigo, soja e milho. É uma planta que produz sementes bem pequenas, mas em grande quantidade e de fácil dispersão, o que a faz ser considerada agressiva.

Capim-Amargoso

As sementes produzidas pelo Capim-Amargoso são facilmente espalhadas com o vento.

Segundo pesquisas da Embrapa, o produtor pode ter o rendimento da soja e do milho reduzido pela metade.

Se adapta ao clima da maioria das regiões produtoras do país e nasce o ano inteiro. Isso faz com que esteja nas lavouras de milho, soja e algodão de todo o Brasil.

Azevém

Além de ser usado como pastagem para a alimentação do gado, o Azevém é uma das principais ervas daninhas encontradas no Brasil, principalmente nas culturas de inverno, como trigo e cevada.

Caso o manejo correto não seja feito, o produtor pode ter sérias perdas na produção.

Leiteira ou Amendoim Bravo

O próprio nome dessa planta daninha já assusta. No Brasil, o leiteiro ou amendoim bravo é uma das principais espécies daninhas que afetam o rendimento de plantas cultivadas.

É uma planta de ciclo anual, com grande capacidade de produção de sementes. Um dos fatores que mais chama atenção para essa planta daninha é a sua grande competição por nutrientes do solo.

É uma das plantas invasoras mais temidas pelos produtores, em função da dificuldade de controle, sendo frequente em todo o país. Suas sementes germinam durante o período quente do ano, emergindo de até 12 cm de profundidade e mantendo a viabilidade germinativa por vários anos, mesmo quando enterradas.

Capim-de-Galinha

Esta planta daninha é a mais nova registrada como resistente ao glifosato. Está presente praticamente em todos os estados brasileiros onde se cultiva a soja.

Assim como outras ervas daninhas, se adapta a diferentes condições de solo e clima, o que dá a capacidade de se perenizar e assim, ser mais tolerante aos herbicidas.

Manejo de Ervas Daninhas

Já vimos que podemos ter sérios problemas com as ervas daninhas, por isso, o manejo adequado é a saída ideal.

Com o controle adequado podemos evitar perda de rendimentos, otimizar a colheita e evitar o aumento da infestação das ervas daninhas.

O manejo integrado se mostra como a melhor solução, já que utiliza de diferentes técnicas para controlar a evolução dessas plantas indesejadas.

O manejo integrado de pragas não consiste na eliminação de pragas da lavoura, mas, sim, na manutenção em níveis abaixo daqueles que causam danos econômicos.

Mas como isso é feito?

Avaliação prévia

Primeiramente, é importante conhecer o histórico da área e os locais de maior incidência de ataque de pragas e sua relação com a cultura plantada, as rotações de culturas utilizadas anteriormente e as cultivares escolhidas.

Assim, pode-se identificar as pragas-chave, ou seja, aquelas que estão presentes em maior quantidade durante o ciclo e causam injúrias que comprometem a produtividade e as pragas secundárias, que, em condições normais, não ocasionam danos preocupantes.

Monitoramento

Durante o ciclo, o acompanhamento da lavoura deve ser semanal para identificação das pragas existentes e/ou sinais de ataque.

O principal assessório para o monitoramento das pragas é a utilização de um pano de batida que é colocado na entrelinha da cultura, quando então, são realizadas uma série de batidas para extração dos insetos que estão presentes na planta.

Dessa forma, torna-se imprescindível a realização de diversas amostragens para extração confiável e que caracteriza bem a população de insetos.

A utilização de drones também podem ajudar no monitoramento, especialmente aqueles equipados com a tecnologia NDVI, que ajuda a identificar áreas com diferenças de sanidade e que podem indicar um possível ataque de pragas.

Estudos entomológicos geraram diversas escalas de danos que estabelecem os limites para a intervenção com agroquímicos em virtude da população de insetos ou nível de dano presente.

No Brasil, com a predominância dos grãos, a Embrapa Soja fornece fichas para o manejo integrado de pragas e os inimigos naturais que podem ser encontrados no ecossistema.

Em relação ao milho, considera-se a Escala Davis para realização de controle para a lagarta do cartucho, por exemplo.

Horário e local da amostragem, fenologia da cultura e presença da praga

O produtor e o Engenheiro Agrônomo devem ter um bom conhecimento das fases fenológicas da cultura e de identificação das pragas presentes para estabelecer os riscos econômicos que os insetos podem proporcionar ou não.

Em termos práticos, por exemplo, na cultura da soja, é em relação à presença de percevejos em fases anteriores à formação dos grãos (fases R3 e R4).

Nestes estádios fenológicos, o nível de prejuízo que estes insetos podem causar é mínimo, já que são possuem aparelho bucal sugador e, se não há grãos em formação, não há necessidade de controle químico, ou seja, a presença do inseto na lavoura não caracteriza riscos de danos econômicos.

Também cabe atentar-se ao horário da amostragem, já que o hábito das pragas varia conforme o horário, podendo localizarem-se no solo em horários mais quentes do dia.

Em relação ao local, para uma amostragem confiável, deve ser realizada evitando as regiões periféricas e próximas à matas e estabelecer um caminhamento aleatório.

Ação efetiva

Após o monitoramento e realização das amostragens, deve ser tomada a decisão de qual agroquímico deve ser utilizado, dependendo dos níveis de danos e da pressão da praga na lavoura.

Já escrevemos sobre os principais defensivos agrícolas do mercado e suas ações sobre as pragas, respeitando a concentração e a correta preparação da calda para atingir o alvo com eficiência.