Azospirillum: entenda como essa bactéria pode auxiliar no crescimento das plantas

Azospirillum: entenda como essa bactéria pode auxiliar no crescimento das plantas

Em uma lavoura, existem técnicas que podem ser utilizadas para melhor desenvolvimento das plantações, como por exemplo o uso de fertilizantes orgânicos e fosfato natural. Esses recursos são muito importantes, principalmente no Brasil, onde o solo é considerado pobre em fertilidade.

No entanto, existe outra forma eficaz de auxiliar no crescimento das plantas: o uso de microrganismos no solo. Dentre eles, está o Azospirillum, um grupo de bactérias que são consideradas grandes aliadas na produção agrícola. Continue lendo nosso conteúdo para saber como essas bactérias podem aumentar significativamente a produtividade nas suas plantações!

O que é o Azospirillum?

Azospirillum é um gênero de bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) de vida livre nos solos, que podem ser encontradas em quase todos os lugares da Terra. 

As BPCP englobam um grupo de microrganismos que estimulam o crescimento de gramíneas e leguminosas. Isso ocorre devido à sua capacidade de colonizar superfícies radiculares, da rizosfera e da filosfera, bem como tecidos internos da planta e o volume do solo explorado.

Essas bactérias estimulam o crescimento das plantas por meio de vários processos, como por exemplo a fixação biológica do nitrogênio e a síntese de hormônios de plantas, em concentrações variáveis conforme as condições ambientais. Com isso, o uso desses microrganismos auxiliam diretamente na produtividade da lavoura.

A história das bactérias Azospirillum

As bactérias do gênero Azospirillum foram descritas por Beijerinck, e ganharam destaque mundialmente a partir da década de 70. Inicialmente, a espécie era chamada Spirillum, contudo, em 1978, foi adicionado o prefixo “azo” à palavra.

Essa mudança de nome ocorreu após uma descoberta da pesquisadora da Embrapa, Dra. Johanna Döbereiner: a capacidade de fixação biológica do nitrogênio dessas bactérias quando estão em associação com gramíneas. Dessa forma, “azo” foi utilizado para se referir ao elemento nitrogênio.

Juntamente com a mudança do nome, foram descritas duas espécies da bactéria na época: a A. lipoferum e a A. brasilense. Atualmente, são registradas 14 espécies do gênero, sendo as principais a A. brasilense Ab-V5 e AbV6, muito utilizadas nas culturas de milho, trigo e arroz.

O Brasil sempre teve papel de destaque nos estudos com Azospirillum. No entanto, as primeiras estirpes comerciais da bactéria só tiveram sua eficiência agronômica confirmada no país pela Embrapa Soja em 2004, com o primeiro inoculante sendo comercializado em 2009.

A importância do Azospirillum para as plantas

Estudos demonstram que a utilização de bactérias Azospirillum estimula de forma muito eficaz o crescimento das plantas. Isso ocorre porque esses microrganismos causam:

  • Produção de fitohormônios que estimulam o crescimento das raízes das plantas;
  • Fixação biológica do nitrogênio, que torna as plantas mais nutridas;
  • Melhora na absorção de água e minerais, tornando as plantas mais saudáveis;
  • Maior tolerância das plantas a estresses como salinidade e seca;
  • Melhora dos parâmetros das folhas, como o teor de clorofila;
  • Maior tolerância a agentes patogênicos de plantas;
  • Incremento em pigmentos fotossintéticos que tornam as plantas mais verdes;
  • Maior teor de prolina na parte aérea e raízes, resultando em plantas mais altas.

Como usar o Azospirillum?

O Azospirillum pode ser utilizado na lavoura através das seguintes maneiras:

Inoculação de sementes

Os inoculantes comerciais podem ser líquidos, em gel ou sólidos (turfosos). A aplicação via semente foi a primeira a ser desenvolvida e, nesse mecanismo, pode ser usado tanto o produto líquido quanto o turfoso. Contudo, não é recomendado esse tipo de aplicação em todos os tipos de plantas, sendo mais comum seu uso em algumas leguminosas e no plantio de milho.

Inoculação no sulco da semeadura

A aplicação de inoculantes no sulco da semeadura é a mais aconselhada pela Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes — ANPII, pois trata-se de uma opção mais ágil e eficaz em relação à fixação de nitrogênio. Além disso, os efeitos negativos dos fungicidas e outros produtos utilizados no tratamento de sementes são minimizados nesse sistema.

Pulverização

Atualmente, são utilizadas modernas máquinas especializadas no sistema de pulverização dirigida no sulco de plantio. Nesses equipamentos, é recomendado apenas o uso do inoculante líquido para melhor desempenho. Com isso, é possível fazer a semeadura no sulco tanto em pequenas áreas quanto em grandes fazendas.

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Cuidados ao realizar a inoculação com Azospirillum

Ao utilizar as bactérias Azospirillum nas áreas de cultivo, tenha atenção aos seguintes cuidados para obter máxima produtividade:

  • Apenas utilize inoculantes que estão dentro do prazo de validade;
  • Realize a inoculação antes da semeadura;
  • Evite expor os inoculantes ao sol e a altas temperaturas;
  • Quando a aplicação for feita nas sementes, tenha atenção redobrada para o uso de sementes certificadas;
  • Siga as recomendações do fabricante para realizar a inoculação da maneira correta.

Os inoculantes compostos por Azospirillum já ocupam grande espaço em fazendas de todo o Brasil, principalmente nas culturas de milho e trigo. A tendência é que seu uso siga aumentando, já que os agricultores estão cada vez mais adeptos e cientes dos benefícios que essas bactérias trazem para suas culturas, além de ser uma forma ambientalmente correta e sustentável.

Gostou do nosso conteúdo? Não deixe de conferir também o nosso texto sobre fosfato natural para entender mais uma forma de enriquecer o solo da sua lavoura!

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