Colheita Mecanizada: conheça o sistema que reduz custos de produção e garante elevada eficiência operacional

Colheita Mecanizada: conheça o sistema que reduz custos de produção e garante elevada eficiência operacional

Colheita mecanizada se refere à operação de retirada dos produtos agrícolas do campo através do uso de máquinas colhedoras.

Claudio Bastos | Tecnologia no Campo

A mecanização agrícola vem revolucionando a maneira com que o homem trabalha no campo. Através dela, as diversas etapas do processo produtivo são facilitadas. Propriedades agrícolas que contam com o maquinário adequado para a realização de suas atividades ganham em diversos aspectos. Tomando como exemplo a colheita de café, uma economia de 30 a 50% é observada como vantagem da colheita mecanizada frente à colheita manual.  

Considerando a grande extensão que as lavouras brasileiras ocupam, seria difícil imaginar como conseguir resultados tão expressivos no agronegócio sem o uso de avançadas técnicas e máquinas agrícolas.

As colhedoras asseguram eficiência e agilidade à operação de colheita.

Neste artigo separamos alguns aspectos sobre mecanização:

  • O que é colheita mecanizada?
  • Por que implementar a colheita mecanizada
  • Como implementar a colheita mecanizada
  • Colheita de café
  • Colheita de cana
  • Perspectiva da mecanização

O que é colheita mecanizada?

Colheita mecanizada se refere à operação de retirada dos produtos agrícolas do campo através do uso de máquinas colhedoras.

O sistema de colheita adotado através do uso de colhedoras é chamado mecanizado, quando a máquina realiza todas as etapas referente à colheita, ou sistema semimecanizado, quando as máquinas realizam parcialmente essas etapas.

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Fonte: John Deere
Por que implementar a colheita mecanizada

As operações de colheita mecanizada avançaram muito nos últimos 15 anos. As melhorias foram apoiadas sobre estudos técnicos e científicos que permitiram mudanças expressivas nos sistemas mecânicos das colhedoras. Além disso, máquinas com eletrônica embarcada, comuns na agricultura de precisão, fornecem informações valiosas em tempo real, auxiliando na eficiência da operação.

Um outro aspecto, é o custo da mão de obra, que vem subindo devido à sua escassez, à valorização do salário mínimo e aos direitos trabalhistas a serem atendidos. Em contramão, o número crescente de máquinas no mercado favorece a concorrência, deixando os preços mais competitivos.

Logo, quando comparamos colheita manual e mecanizada, independentemente da cultura, é fácil perceber o benefício do menor custo da colheita realizada com o auxílio de máquinas.

Estudos apontam que para o café, o custo de mecanização é entre 30 e 50% menor que o da colheita manual. Para a cana de açúcar, a colheita mecanizada gera uma economia por volta de 30% em relação a colheita manual.

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Fonte: John Deere

Entre esses e outros benefícios da colheita mecanizada, estão:

  • Rapidez da operação
  • Redução de custos
  • Aumento da eficiência
  • Melhor qualidade de produtos
  • Mais conforto e segurança no trabalho
  • Oportunidade de exploração de maiores áreas
  • Menores perdas

Como implementar a colheita mecanizada

Existem medidas específicas a serem atendidas na implementação da colheita mecanizada. Essas medidas vão depender de cada cultura em que será implementado o sistema. A sistematização da área inclui medidas a serem tomadas que vão possibilitar a mecanização em seu pleno potencial. Dentre as medidas principais, estão:

  • Limpeza do talhão (remoção de tocos e pedras)
  • Planejamento de áreas de manobra
  • Carreadores
  • Espaçamento de plantio
  • Sentido de plantio
  • Nivelamento do solo

Para uma colheita realizada totalmente de forma mecanizada o relevo do local deve atender a um limite de inclinação de operação das colhedoras, que varia para cada caso, de acordo com diferentes culturas e máquinas. Para cana de açúcar, por exemplo, o limite de inclinação do terreno para operação das colhedoras varia em média entre 8 e 19% de inclinação, de acordo com os aspectos de projeto das colhedoras.

Em prazo adequado antes da colheita, será necessário assegurar o bom funcionamento de todos os sistemas da colhedora, garantidos por uma boa revisão.

Durante a colheita, as perdas quantitativas e qualitativas devem ser levantadas através de diversos métodos de avaliação de perdas e danos. Esses levantamentos irão favorecer melhores ajustes das regulagens, possibilitando uma colheita mais eficiente.

Colheita Mecanizada de Café

Na safra de 2018, o levantamento da expectativa da produção brasileira de café é de 59,9 milhões de sacas beneficiadas, de acordo com o boletim de setembro da Conab. Tal resultado representa um aumento de 33,2% em relação à safra passada.

Mesmo que houvesse contingente de mão de obra suficiente para colher tamanha safra não seria economicamente viável a contratação de trabalhadores para realização da colheita manual. A mecanização atende bem ao desafio, trazendo consigo diversas vantagens, como já citado anteriormente, além de permitir a realização da colheita seletiva e a liberação da lavoura mais rapidamente para nova florada.

A colheita de café é dividida em 5 etapas:

  • Arrumação
  • Derriça
  • Varrição
  • Recolhimento
  • Abanação

Existem máquinas que realizam apenas uma das etapas e existem máquinas que realizam a maioria das etapas. Em inclinações superiores a 15% é comum o uso de máquinas portáteis na colheita, como o derriçador de café (realiza uma etapa de colheita). Essa máquina possui hastes que vibram por entre os ramos de café desprendendo os frutos da planta.

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Fonte: Stihl

A colhedora automotriz de café agita toda a planta por meio de dois cilindros de hastes vibradoras, que oscilam em média entre 750 e 1100 vezes por minuto. A velocidade de operação fica entre 1000m/h e 1300m/h.

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Fonte: Roberto Biasotto

Na colheita seletiva a oscilação das hastes vibradoras e a velocidade de operação são ajustados, assim como são retiradas as varetas do terço inferior dos cilindros com o objetivo de colher apenas café cereja na primeira passada, obtendo um produto selecionado e de maior qualidade.

A escolha de variedades de café adequadas, assim como o espaçamento são importantes para a realização de uma boa colheita mecanizada.

Colheita Mecanizada de Cana

A transição de colheita manual para mecanizada na cana ocorreu de maneira acelerada na região Centro-Sul do país, hoje, nessa região, o sistema de colheita mecanizada representa 84% da área total colhida.

Em São Paulo, uma Lei Estadual estabelece prazos para eliminação da queima de cana gradativamente, fato que favoreceu ainda mais a mecanização. A participação do sistema mecanizado deve atingir 97% na safra 2018/2019, nesse estado.

A migração para mecanização está ocorrendo de maneira mais lenta nas regiões Norte e Nordeste devido a lavouras com declive mais acentuado e mão de obra mais disponível. Na atual safra, a colheita manual representa, ainda, 83,5% de média do total da área colhida nessas regiões, de acordo com dados da Conab.

As colhedoras de cana possuem alto rendimento operacional, são capazes de colher até cana em condição extremamente acamada, porém com menos eficiência. Quando as áreas não são devidamente sistematizadas para a mecanização esse sistema acarreta em perda de produtividade, devido a mais danos à soqueira e pisoteio. A sistematização e escolha de variedade adequadas favorece os benefícios da mecanização.

Diversos estudos e trabalhos estão sendo conduzidos com objetivo de otimizar o funcionamento e eficiência operacional das colhedoras de cana. Um dos grandes desafios é reduzir a perda de produtividade e os danos causados a soqueira devido ao corte de base da máquina, chamado de corte basal.

Perspectiva da Colheita Mecanizada

A mecanização na colheita é um caminho sem volta e avança a largos passos. As máquinas colhedoras estão cada vez mais eficientes e modernas, elevando a produtividade. A tecnologia embarcada vem favorecendo a agricultura de precisão com os dados coletados.

Aliando o potencial das máquinas com profissionais capacitados, os resultados da colheita serão cada vez mais positivos.

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