Saiba como acabar com o capim-amargoso na sua lavoura

Saiba como acabar com o capim-amargoso na sua lavoura

A presença de ervas daninhas nas plantações são muito indesejadas, já que elas atrapalham o crescimento das plantas já cultivadas. Além disso, por serem resistentes a pragas e doenças, as daninhas podem diminuir a produção na lavoura de forma considerável.

O capim-amargoso é uma planta daninha que pode causar danos gigantes à produtividade. Essa planta começou a ter importância econômica a partir da década de 90, quando houve a expansão do plantio direto. Atualmente, o capim-amargoso é uma preocupação para produtores de todo o Brasil.

Considerando que a presença dessa planta invasora pode prejudicar sua plantação, saber como manejá-la e evitar sua resistência é muito importante. Para saber essas informações e muito mais, continue lendo nosso texto. Boa leitura!

O que é o capim-amargoso?

O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma erva daninha muito frequente nas plantações do Brasil, infestando comumente lavouras, pastagens, gramados, pomares, terrenos baldios, beiras de estradas e jardins. Atualmente, estima-se que ele infeste uma área de 8,2 milhões de ha em território nacional.

Essa planta invasora é uma espécie nativa de regiões tropicais e subtropicais da América. Além do nome capim-amargoso, ela também recebe o nome de capim-flecha, capim-açu, capim-pororó e milheto-grande.

O capim-amargoso é temido por produtores de todo o Brasil, principalmente pelo seu poder de crescer e se desenvolver em lavouras de grãos. Dessa forma, é uma das plantas que mais prejudicam o cultivo da soja e do milho.

Principais características do capim-amargoso

Devido a forma como se desenvolve, o capim-amargoso é considerado uma planta daninha de alta agressividade. Além disso, ele possui grande capacidade reprodutiva, podendo chegar a produzir 100 mil sementes.

O capim-amargoso possui ciclo perene, podendo viver mais de 2 anos, e metabolismo de alta eficiência. Por conta disso, a partir da formação dos rizomas, essa planta passa por um crescimento acelerado, o que dificulta ainda mais o seu controle.

Outro fator é que, embora o pico de sua emergência aconteça nos períodos mais quentes e chuvosos, sua emergência ocorre durante todo o ano, podendo suas sementes germinarem tanto no escuro quanto no claro. Essa característica prejudica ainda mais o controle dessas plantas invasoras.

Dessa forma, após se desenvolver, o capim-amargoso pode florescer e disseminar sementes durante o ano todo, havendo dispersão através do vento ou tráfego de máquinas. Diante disso, estratégias de manejo devem ser baseadas em ações durante todo o ano para combater essa planta.

Um ponto positivo no controle do capim-amargoso é que, nos primeiros 45 dias após sua emergência, seu desenvolvimento é lento. Essa característica torna seu controle possível nesse período através do controle cultural.

Como fazer o manejo do capim-amargoso?

Para realizar o manejo do capim-amargoso, a entressafra é o momento ideal, já que nesse período existe um número maior de opções a serem utilizadas. Além disso, é importante ter conhecimento sobre a biologia da planta para haver mais chance de sucesso nos resultados.

O manejo para o controle do capim-amargoso é bom somente quando a aplicação é realizada em estágio de desenvolvimento precoce. Porém, os herbicidas podem ser utilizados em duas modalidades, pré e/ou pós-emergência. Vejamos a seguir.

Pré-emergência

No período de pré-emergência, a aplicação do herbicida é feita após a semeadura e antes da emergência do capim-amargoso. A inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas no manejo dessa planta é fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações.

Seu uso traz um ótimo custo-benefício ao produtor, já que diminui a necessidade de aplicações em pós-emergência e previne a seleção de plantas resistentes. Os herbicidas mais eficazes nesse caso são: alachlor, clomazone, diuron, diuron + hexazinona, pendimenthalin, s-metolachlor, flumioxazin, diclosulam, imazethapyr, sulfentrazone e trifluralin.

Pós-emergência

A pós-emergência consiste na aplicação do herbicida após a emergência dessa erva daninha. O recomendado é que a aplicação ocorra em plantas com até três perfilhos (por volta de 35 dias). Em relação ao controle tardio, há demanda de aplicações sequenciais.

Neste estágio de desenvolvimento, para o controle do capim-amargoso, os principais herbicidas utilizados são: cletodim, haloxyfop, glifosato, paraquat e glufosinato de amônio. Um ponto importante no uso desses herbicidas é que, se não houver o uso racional, é possível que o capim-amargoso crie resistência ao glifosato e aos graminicidas, no que chamamos de resistência múltipla.

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Como evitar a resistência do capim-amargoso?

O capim-amargoso apresenta resistência ao glifosato, que é o principal herbicida utilizado no cultivo de soja para o controle de ervas daninhas. Isso dificulta o controle dessa planta, principalmente nos cultivos de soja no Brasil.

O primeiro caso de resistência de capim-amargoso ao glifosato no mundo foi registrado em 2005 e, no Brasil, em 2008. Atualmente, são relatadas populações de capim-amargoso resistentes por toda a região Sul, Centro-Oeste e Sudeste, e algumas áreas do Nordeste do país.

O controle em áreas com resistência dessa planta em estágio de desenvolvimento avançado pode aumentar os custos em até 290% para o produtor. Além disso, se houver infestação simultânea de capim-amargoso e buva, esse custo pode ser 403% maior.

Com risco de seleção de resistência múltipla, o manejo dessa planta exige critério e atenção. Dessa forma, controlar o capim-amargoso antes que forme touceiras é uma estratégia importante, porque após isso ocorrer o combate se torna mais difícil.

Além disso, o ideal para seu controle é a utilização de outros métodos de manejo, além do uso de herbicidas. Portanto, o controle mecânico muitas vezes pode ser uma alternativa viável para evitar a resistência dessas plantas, como o uso da enxada para eliminação de plantas adultas, por exemplo.

Lembre-se sempre de consultar um engenheiro agrônomo

Para evitar que a resistência do capim-amargoso atinja outras áreas do Brasil, cabe a pesquisadores, técnicos e produtores desvendar e aplicar mais medidas para o manejo eficiente dessa planta. Com isso, será possível reduzir perdas na produtividade ainda mais. Agora que você já sabe tudo que precisa para controlar a presença de capim-amargoso, leia também nosso conteúdo sobre buva para deixar sua propriedade livre de ervas daninhas!

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